"Para mim, a poesia é uma construção, como uma casa. Isso eu aprendi com Le Corbusier. A poesia é composição. Quando digo composição, quero dizer uma coisa construída, planejada..." (JCMN)

sábado, 20 de maio de 2017

Forzza Themer; Afinal meu bem, que atire a primeira pedra, aquele que não prevaricou por Amor!


 Calma! Eu explico: Embora, nunca; jamais, em tempo algum, nem mesmo o destrambelhado Trump, esteja tão desconsertado quanto, fato é que até provas em contrário (emboscada ou não; ação petralhas ou não), reverter o imponderável, nem mesmo com advogados do lula, perdão; del diablo!

Mas, como na ficção, Os Canhões de San Sebastian (forasteiro desfardado de padre Leon Alastray (Anthony Quinn), misto de herói e bandido, cuja cabeça está a prêmio, por lealdade a um padre, resolve lutar, fazendo uso da fé, da coragem e, principalmente, das armas. Com isso, faz renascer a dignidade e a esperança de um povo). Ao vislumbrar que, camuflado na batina, poderia safar-se do enforcamento, até porquê, compadecendo-se pela sorte de uma pequena e indefesa comunidade, opta por uma nova ideologia de pensamento: quer seja, lutar contra o MAL, em detrimento do bem. 
Portanto, porque não, também Michel Temer tenha a acreditar no imponderável de lutar contra o MAL, ainda que “ingênua-mente” tenha deixado-se cair numa tremenda cilada, arquitetada, pasmem!, por uma “humilde” dupla de “bem sucedidos” açougueiros do interior de Goiás.
Ora, com a economia em recuperação; reformas importantes em a serem implementadas e, credibilidade em alta, não custa acreditar de que também, o Presidente Michel Temer, tenha vislumbrado passar para história; até mesmo reeleger -se em 2018, ainda que, para tanto, ousasse “bancar” alguns cala boca, como por ex. patrocinar o silêncio do amigo e "herói" Eduardo Cunha; porque,  convenhamos, não fosse o Presidente da Câmara, muito provavelmente, estaríamos amargando uma situação ainda pior, com Dilma presidente e Lula Ministro na Casa Civil!
Portanto, muita “cama” nessa hora, pois, quer seja por Amor 💓 à Primeira Dama; ao cargo, e   ou, porque não à Pátria, quem sabe, Temer, não tenha preferido arriscar tudo, ainda quê, ao “prevaricar”, soubesse estar incorrendo num ato falho, em detrimento do bem contra o mal; quer seja, garantir de momento, a pseudo tranquilidade da Nação, uma vez retomada a estabilização da Economia, em detrimento dos males, que uma possível delação de Eduardo Cunha, pudesse causar nesta altura do campeonato, com a quebra de silêncio, do destemido Eduardo Cunha!
Enfim, cabe perguntar: O que é melhor para o Brasil; uma dupla de forasteiros lá fora se fartando em dólares, ou um embusteiro aqui dentro prevaricando por "AMOR?

Forzza Temer!  

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

# 001

"- Estou pensando numa estrada, numas pedras, num bode, num pé de catingueira, numa Onça, numa mulher nua, num pé de coroa-de-frade, no vento, na poeira, no cheiro do cumaru e num jumento trepando numa jumenta!" (Ariano Suassuna)
Inauguro o blog com duas postagens sobre o genial Ariano Suassuna. A primeira é o folheto XXX do Livro II do Romance d'A Pedra do Reino, intitulado "A Filosofia do Penetral". Trata-se de um dos mais belos capítulos dessa obra fascinante. Um "triálogo" filosófico entre Quaderna, Clemente e Samuel, verdadeiros cavaleiros - cangaceiros - filósofos - poetas - acadêmicos do sertão brasileiro.
"- Olhe, Quaderna, o "penetral" é de lascar! Ou você tem "a intuição do penetral" ou não tem intuição de nada! Basta que eu lhe diga que "o penetral" é "a união do faraute com o insólito regalo", motivo pelo qual abarca o faraute, a quadra do deferido, o trebelho da justa, o rodopelo, o torvo torvelim e a subjunção da relápsia! // - Danou-se! - exclamei, entusiasmado. - O penetral é tudo isso, Clemente?" (Ariano Suassuna)
A segunda postagem são trechos e comentários de intelectuais e escritores a respeito do d'A Pedra do Reino. Vale ressaltar os belíssimos comentários de Carlos Drummond de Andrade e Braulio Tavares.
"Ah, escrever um livro assim deve ser uma graça, mas é preciso merecer a graça da escrita, não é qualquer vida que gera obra desse calibre.” (Carlos Drummond de Andarde)
Referências: O trecho do livro pode ser encontrado na página da Acadêmia Brasileira de Letras (http://www.academia.org.br). Os comentários são da contra-capa e da orelha da décima edição do livro pela editora José Olympio, 2007.

Na próxima semana, postagens sobre o poeta pantaneiro, Manoel de Barros.

Romance d’A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta (Ariano Suassuna)

    “Extraordinário romance-memorial-poema-folhetim que Ariano Suassuna acaba de explodir. Ler esse livro em atmosfera de febre, febril ele mesmo, com a fantasmagoria de suas desaventuras, que trazem a Idade Média para o fundo Brasil do Novecentos, suas rabelesiadas, seu dramatismo envolto em riso. Ah, escrever um livro assim deve ser uma graça, mas é preciso merecer a graça da escrita, não é qualquer vida que gera obra desse calibre.”

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


    “Entremeado, todo o tempo, de símbolos e alusões, de recordações e fantasmas, poço inesgotável de estudos analíticos, livro de cabeceira para psicólogos e sociólogos, esse romance é uma explosão de maravilha. Não há que buscar nele o folclore, o regional, o ocasional, o circunstamcial, e sim o universal, o permanente. Como em Dom Quixote.”

CARLOS LACERDA


    “A Pedra do Reino é um livro extraordinário, como criação, recriação, fabulação, linguagem, tipos, diálogos, atmosfera mágica, comicidade, erotismo, epopéia. [...] Não sou lá muito de comparações, mas se me perguntassem com que livro eu o compararia, não teria hesitação: A Divina Comédia.”

HERMILO BORRA FILHO


    Lançado em 1971, o Romance d’A Pedra do Reino teve várias reedições nos anos seguintes, mas está a mais de vinte anos fora de catálogo. Saudado na época como a grande obra de ficção nordestina após o ciclo do romance regionalista da década de 1930, obreve enorme importância no Movimento Armorial que Ariano Suassuna deflagrou a partir do Recife. Depois disso, no entanto, tornou-se um item raro, possível de encontrar apenas em sebos e bibliotecas. Sua ausência se fez mais sentida nos últimos dez anos, quando a obra de Suassuna foi adaptada com sucesso para o cinema e a TV, as remontagens de seus textos teatrais se multiplicaram, seus poemas foram gravados por ele em CD e reunidos em livro. Estudos sobre sua obra passaram a surgir com regularidade, e ele próprio projetou-se nos meios de comunicação através de colunas de jornal, de sua atuação como secretário de Cultura de Pernambuco, e das aulas-espetáculo que o levaram a percorrer o país, falando para platéias repletas de jovens.
    O Romance d’A Pedra do Reino é um livro onde o autor parece decidido a aproveitar-se de todas as liberdades concedidas hoje em dia ao gênero “romance”, como desaguadouro de elementos vindos da novela, do conto, do poema, do folheto de cordel, do monólogo dramático, do diálogo filosófico, da crônica de época, do memorialismo. Para os lêem ou escrevem com um olho no texto e o outro nos modelos do romance europeu clássico, trata-se de uma obra híbrida e bárbara, uma colcha de retalhos onde a prosa profética convive com o trocadilho, a iluminação mística é contrabalançada pelo versinho fescenino, e longas citações de obras históricas são ilustradas por desenhos que lembram os “rébus” ou enigmas-figurados dos almanaques dos charadistas.
    Este livro ocorre numa Paraíba alucinada e lancinante onde estandartes tremulando ao sol são envolvidos por um redemunho espesse de neblina e sombras. Existem fogo e sangue no centro deste mistério, e os personagens se debatem entre a Visão e o Erro, dilacerados entre a tragédia passada e a redenção futura. Sua grandeza cósmica é temperada pelo seu senso de humor, pelo seu erotismo transgressor e convulso, e pelo impiedoso desvendar das querelas municipais, das vaidades literárias, e do modo fatalista como se entrecruzam, em ramificações fractais, as parentelas sertanejas e as dinastias políticas do Nordeste.

    Este livro é o texto que melhor exprime, na obra de Ariano Suassuna, o seu conceito de “realidade tranfigurada”, um nível de fidelidade ao Real maior que o do romance regional, para ele um mero neonaturalismo. Evoca – com sua prosa ora épica, ora picaresca – porções iguais da Visão mais transcedente e da realidade mais pés-no-chão.

BRAULIO TAVARES

A FILOSOFIA DO PENETRAL (Ariano Suassuna)

Há muito tempo que eu desejava me instruir sobre aquela profunda Filosofia clementina, para me ajudar em meus logogrifos. Por isso, avancei:

- Clemente, esse nome de "penetral" é uma beleza! É bonito, difícil, esquisito, e, só por ele, a gente vê logo como sua Filosofia é profunda e importante! O que é que quer dizer "penetral", hein?

Clemente, às vezes, deixava escapar "vulgaridades e plebeísmos" quando falava, segundo sublinhava Samuel. Naquele dia, indagado assim, respondeu:

- Olhe, Quaderna, o "penetral" é de lascar! Ou você tem "a intuição do penetral" ou não tem intuição de nada! Basta que eu lhe diga que "o penetral" é "a união do faraute com o insólito regalo", motivo pelo qual abarca o faraute, a quadra do deferido, o trebelho da justa, o rodopelo, o torvo torvelim e a subjunção da relápsia!

- Danou-se! - exclamei, entusiasmado. - O penetral é tudo isso, Clemente?

-Tudo isso e muito mais, Quaderna, porque o penetral é o "único-amplo"! Você sabe como é que "a centúria dos íncolas primeiros", isto é, os homens, sai da "desconhecença" para a "sabença"?

- Sei não, Clemente! - confessei, envergonhado.

- Bem, então, para ir conhecendo logo o processo gavínico de conhecimento penetrálico, feche os olhos!

- Fechei! - disse eu, obedecendo.

- Agora, pense no mundo, no mundo que nos cerca!

- O mundo, o mundo... Pronto, pensei!

- Em que é que você está pensando?

- Estou pensando numa estrada, numas pedras, num bode, num pé de catingueira, numa Onça, numa mulher nua, num pé de coroa-de-frade, no vento, na poeira, no cheiro do cumaru e num jumento trepando uma jumenta!

- Basta, pode abrir os olhos! Agora me diga uma coisa: o que é isto que você pensou?

- É o mundo!

- É não, é somente uma parte dele! É "a quadra do deferido", aquilo que foi deferido a você, como "íncola"! É "o insólito regalo"! É "o côisico", dividido em duas partes: a "confraria da incessância" e "a força da malacacheta", representada, aí no que você pensou, pelas pedras. Agora pergunto: tudo isso pertence ou não pertence ao penetral?

- Não sei não, Clemente, mas pela cara que você esta fazendo, parece que pertence.

- Claro que pertence, Quaderna! Tudo pertence ao penetral! Tudo se inclui no penetral! Entretanto, para completar "o túdico" você, na sua enumeração do mundo, deixou de se referir a um elemento fundamental, a um elemento que estava presente e que você omitiu! Que elemento foi esse, Quaderna?

- Sei não, Clemente!

- Foi você mesmo, "o faraute"!

O Faraute não, o Quaderna! - disse eu logo, cioso da minha identidade.

- O Quaderna é um faraute! - insistiu Clemente.

Como aquilo podia ser alguma safadeza, reagi:

- Epa, Clemente, vá pra lá com suas molecagens! Faraute o quê? Faraute uma porra! Faraute é você! Não é besta não?

- Espere, não se afobe não, homem! Faraute não é insulto nenhum! Eu sou um faraute, você é um faraute, todo homem é um faraute!

- Bem, se é assim, está certo, vá lá! E o que é um faraute, Clemente?

- Ora, Quaderna, você, leitor assíduo daquele Dicionário Prático Ilustrado que herdou de seu Pai, perguntar isso? Vá lá, no seu querido livro de figuras, que encontra! "Faraute" significa "intérprete, língua, medianeiro"! O curioso é que "a quadra do deferido" e o "rodopelo" pertencem ao penetral, mas o faraute, seja "nauta-arremessado" ou "tapuia-errante", também pertence! Não é formidável ? É daí que se origina "o horrífico desmaio", o "tonteio da mente abrasada"! Inda agora, quando pensou no mundo, você não sentiu uma vertigem não?

- Acho que não, Clemente!

- Sentiu, sentiu! É porque você não se lembra! Quer ver uma coisa? Feche os olhos de novo! Isto! Agora, cruze as mãos atrás da nuca! Muito bem! Pense de novo naquele trecho do insólito regalo em que pensou há pouco! Está pensando?

- Estou!

- Agora, me diga: você não está sentindo uma espécie de tontura não?

Eu, que sou impressionável demais, comecei a oscilar, sentindo uma tonteira danada, na cabeça. Pedi permissão a Clemente para abrir os olhos, porque já estava a ponto de cair da sela. O Filósofo, triunfante, concedeu:

- Abra, abra os olhos! Como é? Sentiu ou não sentiu a vertigem? Sabe o que é isso? É a "oura da folia", início da "sabença", da "conhecença"! A oura causa o "horrífico desmaio". Este, leva ao "abismo da dúvida", também conhecido como "a boca hiante do contempto". O abismo comunica ao faraute a existência do "pacto" e da "ruptura". A ruptura conduz à "balda do labéu". E é então que o nauta-arremessado e tapuia-errante torna-se único-faraute. Isto é, o faraute é, ao mesmo tempo, faraute do insólito-regalo, faraute do rodopelo e faraute do faraute! Está vendo? O que é que você acha do penetral, Quaderna?

- Acho de uma profundeza de lascar, Clemente! Para ser franco, entendi pouca coisa, mas já basta para me mostrar que sua Filosofia é foda! Mas o que é, mesmo, penetral?

- Vá de novo ao "pai-dos-burros"! "Penetral" é "a parte mais recôndita e interior de um objeto". Mas, na minha Filosofia, essa noção é ampliada, porque além de abranger a quadra do deferido e o rodopelo, o penetral abrange também o faraute, através da subjunção da relápsia! Mas, no momento em que se fala friamente do penetral, tentando capturá-lo em categorias de uma lógica sem gavionice negro-tapuia, ele deixa de ser apreendido! Faça apelo aos gaviônicos restos de sangue Negro e Tapuia que você tem, Quaderna, e entenda que o penetral "é o penetral", que o penetral "é"! O côisico, coisica: os cavalos cavalam, as árvores arvoram, os jumentos jumentam, as pedras pedram, os móveis movelam, as cadeiras cadeiram, e o faráutico, machendo e feminando, é que consegue gentere farauticar! É assim que o túdico tudica e que o penetral penetrala - e esta, Quaderna, é a realidade fundamental!

- Arra diabo! - disse eu, de novo embasbacado. - E tudo isso já estava na Mitologia Negro-Tapuia, Clemente?

- Estava, estava! Aliás, está, ainda! É por isso que o "Gênio da Raça Brasileira" será um homem do Povo, um descendente dos Negros e Tapuias, que, baseado nas lutas e nos mitos de seu Povo, faça disso o grande assunto nacional, tema da Obra da Raça!

Claro que era em si mesmo que Clemente estava pensando. Mas Samuel contestou logo:

- Nada disso, Quaderna! O "Gênio da Raça Brasileira" deverá ser um Fidalgo dos engenhos pernambucanos! Um homem que tenha nas veias o sangue dos Conquistadores ibéricos que fundaram, com a América Latina como base, o grande Império que foi o orgulho da Latinidade católica! Portugal e a Espanha não tinham dimensões para realizar aquilo que, neles, foi somente uma aspiração! Mas o Brasil é um dos sete Países perigosos do mundo! Por isso, cabe a nós instaurar, aqui, esse Império glorioso que Portugal e a Espanha não puderam realizar!

- Mas como deverá ser escrita a Obra da Raça Brasileira? - perguntei. - Em verso ou em prosa ?

- A meu ver, em prosa! - disse Clemente. - E é assunto decidido, porque o filósofo Artur Orlando disse que "em prosa escrevem-se hoje as grandes sínteses intelectuais e emocionais da humanidade"!

Samuel discordou:

- Como é que pode ser isso, se todas as "obras das raças" dos Países estrangeiros são chamadas de "poemas nacionais"?

- O Almanaque Charadístico diz, num artigo, que os Poetas nacionais são, sempre, autores de Epopéias! - tive eu a ingenuidade de dizer.

Os dois começaram a rir ao mesmo tempo:

- Uma Epopéia! Era o que faltava! - zombou Samuel. - Vá ver que Quaderna anda pelos cantos é conspirando, para fazer uma! Sobre o quê, meu Deus? Será sobre essas bárbaras lutas sertanejas em que ele andou metido? Não se meta nisso não, Quaderna! Não existe coisa de gosto pior do que aquelas estiradas homéricas, cheias heróis cabeludos e cabreiros fedorentos, trocando de golpes, montados em cavalos empastados de suor e poeira, a ponto de a gente sentir, na leitura, a catinga insuportável de tudo!

Clemente uniu-se ao rival, se bem que por outro caminho. Disse:

- Além disso, a glorificação do Herói individual, objetivo fundamental das Epopéias, é uma atitude superada e obscurantista! E se você quer uma autoridade, Carlos Dias Fernandes também já demonstrou, de modo lapidar, que, nos tempos de hoje, a Epopéia foi substituída pelo Romance!
  
(Ariano Suassuna - Romance d'A Pedra do Reino, 1971.)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

«projeto|gramática|da|pedra»

A respeito da denominação: chamo de "projeto" pois trata-se de um compromisso, um projeto pessoal, que visa garantir uma regularidade às minhas leituras, buscando sempre uma reflexão crítica a respeito delas;  em seguida "gramática", inspirado no livro Gramática expositiva do chão (1966), do poeta pantaneiro Manoel Barros; por fim "da pedra", inspirado no livro Romance d'A Pedra do Reino (1971), do escritor sertanejo Ariano Suassuna. Assim nasce o «projeto|gramática|da|pedra». Coloco esses dois escritores em destaque, por considerá-los como os dois maiores gênios da literatura brasileira ainda vivos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Xadrez

EM BREVE!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sétima Arte

EM BREVE!